sexta-feira, 16 de julho de 2010


Simplesmente vida

Desde muito pequeno
Nunca entendi o verbo amar
Quem consegue defini-lo 
Favor me ajudar

Quando todos na minha rua
diziam felizes estar
eu sempre me perguntava
será que estou a sonhar?

Todos tinham o que queriam
E eu somente a pensar
Por que Deus ensina a todos
Só não quer me ensinar?

Fiquei um tempo procurando
no mundo o que fazer
não sei se andava perambulando
Ou se queria adormecer.
                                                                                                         
Pois dormindo não sentia
O que me causava tanta dor,
Pois as pessoas me tratavam
Quase sempre com furor.

Tinha mãe, mas nunca vi
A doçura no seu falar
Sempre que me abordava
Tinha algo a reclamar.

Fui crescendo e decifrando
O enigma do viver
De momentos transformando
em momentos de prazer.

Eu andei me perguntando
se existia o verbo amar,
eu ainda não o conhecia
Nem  o podia conjugar.

Ninguém podia imaginar
O que isso me causava
A angústia e o desprazer
De uma vida tão amarga.

Na escola todos tinham
O essencial pra ser feliz
Nada disso eu conhecia
mas queria ser aprendiz.

Ter tudo já era o bastante
Na vidinha sem sabor
Pra ter amigos e amigas
Era preciso ter amor.

Nessa vida de amargura
Fui crescendo sem saber
O que todos tinham bastante,
Só eu precisava conhecer.

Cresci muito e de repente
Com sofrimento e ilusão
Aos poucos conquistando
Esse tal de verbação.

Quero muito desvendar
esse verbo sigiloso
onde venho a me achar
no mundinho doloroso.

Sempre trouxe na cabeça
A vontade de ser eu
Do meu jeito não conseguia
Nem ao menos ser plebeu.

Fui crescendo e me achando
Dentro de um mundo obscuro
Onde o homem pra ser homem
Ele  deve ter de tudo.

Você pensa que desisti?
Isso não é do meu feitio
Não ter tudo, eu já não tinha
Ainda mais ser um ser vil.

Toda essa caminhada
Não me trazia alegria
Me tornava a cada dia
Um anjo, uma mera professia

se sabia, eu não sei
mas mostrava-me sabichão
 pois no dilema desta vida
é preciso garras de leão.

Na vidinha de escola
Sempre fui marginalizado
se tinha ou se não tinha,
Pouca gente se importava.


Foi então que prossegui
Caminhando sem afeição
pai e mãe eu sei que os tinha
E também a solidão.

Essa amiga me seguia
Todo dia sem sossego
Me levava pra lugares
De agonia e desespero.

Eu cresci e me achei
De tanto me questionar
numa vida por inteiro
nunca pude me encontrar.

Mas achei grande migalha
Disfarçada de compaixão
Dos olhares das pessoas
Me  chamando pobretão.

A  pobreza não foi meu mal
Disso não posso reclamar
Pois se quisessem eu existia
Da vida, não podiam me tirar.

Agora sou grande e me pergunto
Se pretendo viver assim
Com as pessoas que tanto amo
Me taxando de ruim

Será Deus que é verdade
Tenho que tudo suportar
Meus amigos e meus amores
Sem de minha história partilhar?

Tenho tanto pra dizer
Nem ao menos sou capaz
De falar pra essa gente
Que já sofri por demais.

Quero sempre me desculpar
Com as pessoas que tanto amo
Sou capaz de transformar-me
Num lindo lago ou oceano.

Sei que água tenho o bastante
Pra em lágrimas transformar
Se quiser sei o bastante
Para o verbo conjugar.

Sentia  dor e alegria
Sentia ódio e rancor
Com uma vida tão bandida
Só não esquecia do amor.

O amor que perseguia
Posso dizer, a vida inteira
no momento já o conjugo
De forma pura e verdadeira.

Se perguntarem o que é sofrer,
Diga que nunca me conheceu
Ele tentou fazer de mim
 um verdadeiro fariseu.

Mas se um dia procurarem
Uma definição para o amor
não esqueçam da pessoa
me procurem por favor.

Agora que aprendi
esse verbo conjugar
tento com veracidade
 a palavra pronunciar.

Encarei alguns momentos
Que na vida jamais esperei
Pois esperar por tristeza
Só nos torna um freguês.

Ela vem de atrevida
 o motivo de tanta dor.
Mas de tudo o que passei,
Ainda vivo com pudor.

Dessa vida só me restou
 um pouquinho de aflição.
Dos momentos já vividos
Trago muita azaração.

Eu só tenho a agradecer
Ao Deus da minha vida
Que tudo me faz vencer
Nesta trilha tão sofrida.

Estou tentando ser eu mesmo
Com destreza e veemência
De futuro vive o homem
Que semeia pouca essência.

O meu caso é diferente
Tenho muito pra contar
De um passado sem futuro
E de um presente a festejar.

Sinto a vida desse jeito
Quero sempre me orgulhar
Dos momentos já vividos
Fiz presença em meu lar.

Quando Deus me convidou
A viver do verbo amar
Descobri que esta vida
Dependeu de um caminhar.

De pessoas consagradas
Que na verdade sem saber
Me amavam sem limite
e eu não posso esquecer.

Que vidinha traiçoeira
Me cegou por um tempão
Pois vivi sempre pensando
Que nadava na solidão.

Posso agora confessar
Que no caminho que tracei
Não desfrutei das coisas boas
E por vergonha me ausentei.

Nesse momento confesso
Me equivoquei com o amor
Desse mal estou liberto
Já sou até professor.

Agora todos já sabem
Que vivo por ser durão
Que Deus é o meu sustento
E você é a minha razão.


Eliene Arcanjo 24/05/2010 às 12:57








5 comentários:

  1. Adorei o blog!!! muito interessante!! adorei os projetos!! principalmente o webquest!!! os poemas!!! um blog muito educativo e que prende a atenção dos visitantes!!!muito criativo!!! parabéns!! Eliene Arcanjo!! e muito sucesso na sua jornada profissional!!! um forte abraço!

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  2. Um blog muito diversificado! repleto de novidades!! varios projetos interessantes! projetos de leitura muito bom para prender a atenção de todos!!uma variedade de informações!! poemas lindos!Particulamente adorei esse poema simplismente vida! muito interessante! Parabéns! Eliene!! muitoooo sucesso na sua vida!!! e que Deus ilumine cada vez mais seu caminho!

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  3. Minha tia é uma poetisa , linda amei

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  4. Eu também acho tio, o Blog está um show.

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